Igreja Matriz de Nossa Senhora da Divina Pastora

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Divina Pastora

Divina Pastora, Sergipe, Brasil

Arquitetura religiosa

Na Europa, as primeiras representações de Nossa Senhora da Divina Pastora datam do século XVIII. Chegando ao Brasil por intermédio de Portugal, esta invocação se mesclou à temática do "Pastoril", manifestada em encenação de carácter religioso popular, integrando o ciclo das festas natalinas do Nordeste do Brasil. A imagem da Divina Pastora é representada em cena campestre, estando ela sentada, em traje de pastora, cercada por ovelhas, por vezes trazendo o Menino Jesus ao colo. Na Igreja Matriz da cidade de Divina Pastora, em Sergipe, esta imagem está presente num conjunto escultórico contido na maquineta inserida no altar‐mor, e no medalhão central do forro da nave que tem pintura em perspectiva, executada pelo artista baiano José Teófilo de Jesus. Há pintura artística, também, sob o coro e no forro da capela‐mor, este composto por quadros representativos da Virgem Maria. O altar‐mor, em talha dourada e policromada, tem ao centro um grande nicho, ladeado por colunas torsas e encimado por dossel. A talha reveste igualmente o arco‐cruzeiro, os altares laterais, o peitoril do coro, o púlpito, as sanefas e guarda‐corpo das tribunas. Estes elementos se destacam em contraste com as paredes brancas da nave e da capela‐mor. A igreja tem em sua fachada principal a data de 1782, certamente alusiva à sua construção. Nesta fachada, as três portas e as cinco janelas são arrematadas por sobrevergas, o frontão é definido por volutas e as torres têm terminação em bulbo. Estes elementos dão alguma movimentação à rígida fachada, enquadrada pelos cunhais e entablamento. Espacialmente, está composta por nave, ladeada por corredores abertos para o exterior através de pórtico, e capela‐mor, totalmente cercada pela sacristia. Considera Germain Bazin que "essa disposição de pórticos espaçosos ao longo da nave tem como objetivo garantir abrigo aos peregrinos", ocorrendo a mesma solução na Igreja do Bonfim, em Salvador. Por seu valor histórico e arquitetónico, esta igreja foi tombada pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional, em 1943, incluindo todo o seu acervo.

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