Fonte do Ribeirão
São Luís, Maranhão, Brasil
Equipamentos e infraestruturas
Fundada durante a curta hegemonia holandesa em São Luís (1641‐1644), a Fonte das Pedras era considerada “excelente e bem fundada” em 1759. Feita fonte parietal junto a um romântico jardim, tem frontão contracurvado interrompido por volutas, friso denticulado, tanque de pedra e cinco carrancas de cantaria (iguais às da Fonte do Ribeirão). Quase seca a partir de 1762, foi totalmente refeita em 1822, tendo sobretudo em vista a aguada dos navios, “que dela é que se fornecem”.
A Fonte do Ribeirão é a mais conhecida da cidade velha. Por trás do Rua do Egipto, que desce do Largo do Carmo para a beira‐mar, havia ao lado da Rua dos Afogados uma enorme cova onde abria uma fonte natural. Em 1796 urbanizou‐se o sítio com uma fonte rococó na parede que sustenta a rua, abrindo um adro murado com bancos pavimentados em cantaria. O chafariz vertical, de harmoniosa elegância, em taipa azul‐clara, é embelezado por motivos rococó a branco com três gárgulas em carrancas de lioz ladeadas por dois golfinhos, por onde ainda jorra a água. No cimo dois obeliscos, e ao centro, sobre o frontão de curvas delicadas, uma estatueta de Neptuno. A meio da parede abrem‐se as entradas gradeadas de três túneis, sobre os quais o imaginário local teceu as maiores lendas – esconderijo do ouro dos jesuítas, ligação a conventos... – mas que não passam de bocas de ar do sofisticado sistema de captação das chuvas que atravessa a cidade, feito na época pombalina. As ruas à volta são de pavimento e casario coevo: um conjunto sem obstáculos a um olhar do século XVIII.