Palácio dos Governadores
Belém, Pará, Brasil
Equipamentos e infraestruturas
O Palácio dos Governadores do estado do Grão‐Pará e Maranhão foi o maior edifício com estas funções construído pelos portugueses em território brasileiro. O projeto é da autoria de António José Landi (1713-1791), arquiteto bolonhês formado na Academia Clementina, que integrou como desenhador a Comissão de Limites e acabou por permanecer no Pará até à data da sua morte. O mesmo arquiteto fora autor de dois projetos anteriores, de 1759 e 1761, que não chegaram a ser concretizados. Iniciado a 17 de setembro de 1768, sob a direção do mestre pedreiro Jerónimo da Silva, o edifício estava concluído em 1772. O projeto foi amplamente ilustrado pelo seu arquiteto, tendo os desenhos sido reunidos em dois álbuns, um oferecido ao rei D. José e o outro ao governador Ataíde Teive, o mecenas que impulsionara a obra. O palácio revela a influência da arquitetura italiana na sua planimetria (planta quadrangular centrada por pátio com uma ala porticada), na composição dos alçados (sobretudo o principal com o seu corpo central mais elevado, servindo de mirante, e o posterior com a sua loggia paladiana comunicando por escadaria com o jardim já desaparecido) e no recorte dos vãos, de perfil borromínico. No interior destaca‐se a grande escadaria de aparato, entre o átrio e o pátio, fragmentada em vários pequenos lanços, intercalados por patamares, uma solução corrente nos palácios de Bolonha e Emilia Romagna. Muitas alterações foram introduzidas no palácio a partir de meados do século XIX, sobretudo no período do governador Montenegro (1904‐1913), tendo algumas sido retiradas no restauro realizado entre 1971 e 1973, com base no álbum oferecido por Landi a D. José.