
Catedral
Safi [Safim, Çafi], Norte de África, Marrocos
Arquitetura religiosa
Desde 1871 conhece‐se, em Safim, a Catedral Portuguesa, à qual, mais tarde (1929), Pierre de Cénival dedicou um interessante estudo.
Atualmente, esta interessante peça arquitetónica continua a ser visitada, pois ainda se podem perceber muitos dos seus elementos. Assim, mantém‐se a capela‐mor, que apresenta ainda uma bela abóbada, e a capela lateral direita, já sem a abóbada, embora com os arranques das nervuras. A capela‐mor é de planta retangular (8,20 x 7,20 metros) e com um arco de entrada assente em colunelos, adossados aos pés‐direitos, muito típicos de Boytac). O vão de entrada é imponente, medindo 6,20 metros.
Provavelmente o mais interessante é a abóbada, cujas nervuras organizam nove chaves com uma iconografia que conta uma parte da história da passagem dos portugueses pela cidade. Na chave central, o escudo de D. Manuel, o rei que tomou e fortificou a cidade; nas chaves radiantes, alguns símbolos desta fase da expansão portuguesa: uma com a Cruz da Ordem de Cristo, uma segunda com a Esfera Armilar, outra com as armas episcopais de D. João Subtil, o único bispo de Safim que aí residiu e deu uma parte das verbas para a sua construção, uma outra com as chaves de São Pedro, três com folhas naturalistas e uma em que se perdeu o motivo inicial.
A Catedral terá tido um projeto inicial do vedor das obras Jorge Machado, que esteve em Safim entre 1517-1521, e do mestre‐de‐obras João Luís. Segundo as fontes, o projeto inicial terá sido apreciado e retocado, provavelmente por um dos irmãos Arruda, e devolvido para que a catedral fosse construída.
Atualmente, a Fundação Calouste Gulbenkian tem em curso um projeto de reabilitação da Catedral.