
Igreja e Missão Católica
Caconda, vila e missão, Huíla, Angola
Arquitetura religiosa
A cerca de cinco quilómetros da primitiva vila, a Missão Católica de Caconda exemplifica a ideia de missão como centro influente e quase auto‐suficiente, superando por vezes o estado em instalações e serviços prestados. Quando, em 1889, os Missionários do Espírito Santo chegaram a Caconda, liderados pelo padre Lecomte, ficaram junto à fortaleza, na parte sul da povoação. Um ano depois, foi decidido afastar a Missão da vila. No novo local (desde 1890) irrigaram campos, hortas e pomar, e foram construindo edifícios: residência para os missionários, dois internatos (masculino e feminino), oficinas, tipografia, etc. O traçado da linha‐férrea levou os espiritanos no planalto a mudarem a sua sede para a missão do Huambo, com parte do pessoal e a tipografia. A velha Missão de Caconda decaiu, afetada também pelos efeitos da Primeira Guerra Mundial na Europa e pela fome que assolou o sul de Angola em 1915 e 1916. Contudo, a partir do final dos anos 1920 retomou vigor, com moinhos, oficinas várias e uma cerâmica. Símbolo maior de recuperação foi a construção da nova igreja, inaugurada em 1932, considerada, na época, a mais imponente e bela de Angola. Com sessenta metros de comprido na nave central, várias capelas e uma torre (num gosto medievalista, neorromânico, usando o tijolo maciço), a obra foi projetada e dirigida pelo irmão Crisóstomo e inteiramente erguida com materiais e trabalho locais, do granito à madeira aparelhada, ao tijolo e às telhas. Eletricidade fornecida por uma turbina hidráulica completou a nova face da Missão. A igreja sobreviveu à guerra relativamente intacta. Beneficiou recentemente de obras nos edifícios principais, encontrando‐se a maioria dos corpos anexos e a totalidade do núcleo feminino em estado avançado de degradação.