Casa do Capitão
Azemmour [Azamor], Norte de África, Marrocos
Equipamentos e infraestruturas
A Casa do Capitão operava como uma centralidade no interior do castelo/vila, na cota mais elevada. Solicitada a sua construção ao rei, o risco deve ter saído das mãos dos irmãos Arruda, bastante ativos em Azamor no início de 1514. Divididos entre estas obras e as de Mazagão, os mestres incutiram no debuxo das casas a linguagem manuelina corrente. O edifício ocupava o ponto de altitude máxima dentro do castelo e consistia num L cujo ângulo se encaixava no baluarte circular de São Cristóvão. A reconstituição do piso térreo parece impossível devido às alterações islâmicas posteriores, que o transformaram em local de culto, para além das suas características lúgubres por ser um estrato cego. Funcionariam como armazéns e apoio, quiçá mesmo como celeiro, e prolongar‐se‐iam por casas ao longo da muralha, como atestam os parcos vestígios ainda visíveis de encosto ou arranque de paredes. Já o piso nobre, acessível por grande escadaria exterior, apresentava uma sucessão de compartimentos nos dois braços do L, cujos vãos se recortavam em arcos contracurvados e polilobados. Era também por este piso que se fazia a ligação com o interior do baluarte e com o caminho de ronda do castelo. A ala poente da Casa do Capitão adquiria um estatuto público mais relevante, não só por exibir uma fachada simbólica para o exterior do castelo, como também por ali se situar o janelão de comunicação das decisões régias à guarnição e moradores reunidos no terreiro.