Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil

Arquitetura religiosa

Como quase todos os templos construídos no Rio Grande do Sul, no século XVIII, cujos projetos originais não foram encontrados, também não se tem certeza sobre o autor do projeto da Matriz de Viamão. Segundo alguns historiadores, a autoria seria do brigadeiro José Custódio de Sá e Faria, no período em que esteve à frente do governo da capitania, de 1764 a 1769, quando a administração estava sediada em Viamão. O templo possui a envergadura de uma fortaleza, com suas duas grandes torres sineiras alinhadas ao plano da fachada, e teria sido iniciado em 1766 e concluído em 1769. A concepção do conjunto arquitetónico deixa transparecer um sentido de unidade plástica que impressionou os viajantes do século XIX, que a ela se referiram com entusiasmo. Auguste de Saint‐Hilaire, em 1820, dizia que depois de São Paulo ainda não tinha visto nenhuma igreja comparável a essa, possuindo duas torres, bem conservada, extremamente asseada, clara e ornamentada com gosto. Por sua vez, Nicolau Dreys, em 1849, afirmava que seu frontispício era um notável esforço de arquitetura religiosa e que poderia desafiar as outras igrejas da vizinhança, sem se excetuarem mesmo as da capital. O conjunto apresenta uma harmonia compositiva, onde as grandes massas verticais das paredes se compõem com os planos da cobertura, valorizados pelo telhamento de cerâmica avermelhada. Possui, internamente, um conjunto de cinco retábulos de feição barroca, muito elevados, que contrastam com as paredes caiadas de branco. A Igreja Matriz de Viamão foi reconhecida como património nacional do Brasil em 1938, e já sofreu várias restaurações.

• Luiz Fernando Rhoden