Igreja Matriz de São Gonçalo

São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte, Brasil

Arquitetura religiosa

A origem de São Gonçalo do Amarante vincula‐se à ocupação do Rio Potengi. Segundo Souza, a primeira notícia da capela é de 1757, mas a povoação só seria elevada a vila em 1835. A Matriz fica no ponto mais alto do sítio urbano, próxima à encosta do Rio Potengi, com uma praça ao seu lado. O arranjo permite apreciar o grande volume da edificação, resultado da justaposição de naves laterais, consistório, sacristias e torre à nave central. As três naves e as grandes dimensões são comuns a diversas matrizes do último quartel do século XIX, próximas (São José do Mipibu, Nísia Floresta e Arez). Assim, a data do frontão desta igreja (1882) coaduna‐se com toda a edificação, e não somente com a decoração. Na verdade, o aspecto exterior (cornija elevada e frontão com volutas) é o que ela tem de mais arcaizante, mostrando a persistência de um gosto barroco popular (há relevos semelhantes no portão do Cemitério de Arez). Os dois altares laterais mostram a mesma persistência, ao utilizarem elementos neoclássicos numa composição barroca. Diferentemente do que refere a bibliografia, a construção não tem elementos relevantes em cantaria. Classificada pelo IPHAN em 1964, a igreja teve cobertura, assoalhos e forros restaurados entre 1970 e 1971.

• Juliano Loureiro de Carvalho