Histórico

O HPIP desenvolveu-se a partir da proposta que a Fundação Calouste Gulbenkian dirigiu a José Mattoso, no inicio do verão de 2007, para a formulação e desenvolvimento de um projeto de recolha e disponibilização pública do Património de Origem Portuguesa no Mundo – arquitectura e urbanismo. Materializou-se em 2010 com a publicação de três volumes e finalizou-se com um volume de índices em 2011. A versão inglesa foi editada em 2011-2012.

A concretização deste projecto editorial mas também científico dependeu da constituição de uma equipa de cinco académicos dirigidos por José Mattoso, com o apoio de Mafalda Soares da Cunha. A eles foi confiada a coordenação científica dos três volumes que se organizaram segundo uma lógica geográfica:
— América do Sul por Renata Araújo;
— África, Mar Vermelho e Golfo Pérsico, por Filipe Themudo Barata e José Manuel Fernandes;
— Ásia e Oceânia por Walter Rossa.

Os coordenadores científicos de cada volume seleccionaram os lugares e edifícios a serem descritos; os espaços urbanos a serem cartografados, as imagens a serem incluídas, bem como os autores das respectivas entradas. Asseguraram ainda a redacção dos textos gerais de enquadramento das diversas árease subáreas em que cada um dos volumes se subdividiu.

O resultado final implicou a participação de cerca de 70 especialistas quase todos oriundos do ambiente académico, onde se destacam, pelo número, as universidades portuguesas e brasileiras, mas incluem também norte-americanas, francesas, angolanas, moçambicanas. Os lugares seleccionados ultrapassam os 500 e as entradas aproximam-se das 2.000. A organizaçãoda informação dentro de cada volume seguiu também uma base geográfica.

Os critérios acordados para a redação dos textos foram:
— elaboração de sínteses com base no conhecimento actualizado e não sobre investigação primária;
— disponibilização de fontes documentais e de bibliografia básica para cada entrada;
— coerência e homogeneidade na descrição para facilitar a sua análise comparada;
— utilização de critérios objectivos na ordenação da informação (ordenação alfabética dos lugares, contextualização histórica, usos;

Os critérios orientadores da selecção dos lugares e dos edifícios assentaram na avaliação do seu valor patrimonial, que articulou as seguintes características:
origem portuguesa (por ordem de autoridades ou de autoria de portugueses);
— valor artístico;
— valor funcional;
— importância histórica;
— grau de raridade;
— dimensões, escala e características técnicas;
— singularidade;
— interesse público e simbólico.

Foi também produzida cartografia de síntese de cerca de 80 núcleos sobre fotografias zenitais de satélite .Esta tarefa foi executada por uma equipa da Universidade de Coimbra coordenada por Walter Rossa.

O formato definitivo foiuma obra com uma lógica aproximada à de um dicionário, à qual se acrescentou um volume de índices (colaboradores, cartográfico, cronológico, onomástico e toponímico) elaborado por António Castro Nunes.

Consciente da importância deste projecto e dos evidentes riscos da sua rápida desatualização, decidiu a Fundação Calouste Gulbenkian em Fevereiro de 2011, através do seu presidente Emílio Rui Vilar, promover a continuidade deste projecto através da criação de um sistema de informação operado e disponibilizado através de um portal interativo: o HPIP.

A Fundação Calouste Gulbenkian produziu este sistema e portal, recorrendo a uma equipa descrita na Ficha Técnica, transferindo posteriormente a sua gestão para o ambiente académico. Com esse propósito elaborou-se um protocolo entre a Fundação Calouste Gulbenkian e as universidades participantes, no qual estão definidos os órgãos e o quadro genérico de acolhimento e gestão do HPIP. Ficou ainda estabelecido que a sede e gestão corrente será rotativa rotativo, sendo a primeira instituição responsável a Universidade de Coimbra. Foi assinado em Julho de 2011.

O lançamento público do HPIP foi realizado na Fundação Calouste Gulbenkian em 16 de Abril de 2012.

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