Igreja do Divino Espírito Santo
Camaçari (Vila de Abrantes), Bahia, Brasil
Arquitetura religiosa
A edificação situa‐se na cabeceira da praça da antiga aldeia do Divino Espírito Santo, atualmente conhecida como Vila de Abrantes, que foi fundada pelos jesuítas em 1558 para catequese dos índios tupinambás. Originalmente a igreja formava parte do antigo colégio/residência, demolido na década de 1940 por se encontrar arruinado. O templo atual, cuja data de construção não é possível precisar, apresenta todas as características de uma igreja jesuítica do primeiro século de colonização, com forte influência renascentista. Sua planta é simplíssima; uma nave e capela‐mor flanqueadas por duas passagens laterais que conduzem à grande sacristia transversal. Os altares primitivos, coro, e o forro da capela‐mor, de tipo prismático, fixado na tesoura de linha alta, desapareceram. Em cantaria são feitos a portada, o arco‐cruzeiro, a bacia de púlpito, as cercaduras das janelas e a pia batismal. Seu frontispício, como as primeiras igrejas jesuíticas, ainda não apresenta torres e é recoberto por um rontão reto com óculo circular no centro. Esta fachada é do mesmo tipo da de Nossa Senhora da Graça, em Olinda, e das igrejas jesuítas do Porto e Lisboa. Não se conhecem descrições do antigo colégio/residência anexa dos padres. A gravura de Domingos Alves Branco Moniz Barreto, de 1792, retrata uma construção relativamente pequena, com cinco janelas na fachada principal e quatro na lateral, sem pátio e recoberta por telhado de três águas. Os altares primitivos, coro e o forro da capela‐mor, do tipo prismático fixado na tesoura de linha alta, desapareceram. Portada, arco‐cruzeiro, bacia de púlpito, cercaduras das janelas e pia batismal em cantaria. Das imagens destacam‐se as de São Sebastião (madeira), Nossa Senhora das Dores (roca) e Senhor Morto (madeira) de tamanho natural, do século XVIII. A igreja foi restaurada ente 1973 e 1976, sob orientação do Prof. Valentin Calderon. Este edifício foi posteriormente ampliado, com a inclusão de mais três janelas na fachada principal, ficando sua portada excêntrica com relação à mesma. Esta ampliação, após a expulsão dos jesuítas, parece confirmar a suposição de que a residência foi transformada em casa de câmara.