Ruínas da Capela de Nossa Senhora de Nazaré

Ruínas da Capela de Nossa Senhora de Nazaré

Cabedelo, Paraíba, Brasil

Arquitetura religiosa

As primeiras notícias seguras do aldeamento beneditino de Nazaré são de 1730 e se repetem nas décadas seguintes, até que, em 1762, o aldeamento é desfeito. Os habitantes vão para Vila Flor, no Rio Grande do Norte, e a igreja, sem uso constante, arruína‐se. A construção tem nave única, galerias, e altares laterais em diagonal que lhe dinamizam o espaço. A cantaria é da segunda metade do século XVIII, e a decoração fito‐ mórfica do arco‐cruzeiro é de uma delicadeza sem par na Paraíba. Quando o aldeamento foi desfeito, a obra estava adiantada, mas inconclusa, como apontam a falta do frontão e de alguns acabamentos. Talvez o volume da capela‐mor, definido por vedações de madeira, aguardasse reconstrução. Honor mostra que a invocação de Nossa Senhora dos Navegantes, presente na classificação das ruínas, em 1938, surgiu de um equívoco. No Mapa que Compreende [...], do século XVIII, o monumento aparece como "Capela de Nazaré", o que se coaduna com o milagre representado em sua fachada e com a documentação inicial do processo de classificação. "Ruínas do Almagre", outro nome que lhe tem sido associado, também é problemático. As referências documentais ao Almagre são do século XVI e desaparecem no século XVII, assim como os outros aldeamentos próximos à cidade, em virtude do prosseguimento da colonização. Além disso, Almagre localizava‐se a sudoeste da cidade, e Nazaré a nordeste - não há qualquer nexo entre os estabelecimentos, a nordeste, como o aldea‐ mento de Nazaré residencial, embora o engano pareça vir de Machado, que tenta relacionar o aldeamento do Almagre à capela do Bessa, a uma légua das ruínas em questão. O conjunto sofreu estabilização e recomposição parcial por anastilose entre 2004 e 2005.

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