Casa de Câmara e Cadeia
Aquiraz, Ceará, Brasil
Equipamentos e infraestruturas
O edifício segue o programa das demais Casas de Câmara e Cadeia no Brasil: cadeia pública no primeiro pavimento e câmara municipal no segundo. As suas características evidenciam as duas etapas de sua construção. O primeiro pavimento, a cadeia pública, foi construído ainda no último quartel do século XVIII com grossas paredes em pedra e cal, de acordo com o risco do engenheiro português Custódio Francisco de Azevedo. Custódio Francisco de Azevedo fez parte do grupo de mineradores, provenientes de Portugal por volta de 1740, que exploraram sem êxito as minas do Araticum, no sopé da Serra da Ibiapaba, estado do Ceará. O engenheiro foi inúmeras vezes convocado para prestar serviços de medição em vários locais da capitania do Ceará, foi autor de projetos de Casas de Câmara e Cadeia, além de ter implantado a Vila de Monte‐mor o Novo da América, atual Baturité. O segundo pavimento, a câmara municipal, foi edificado com paredes de tijolo em 1877, com a mão de obra de flagelados que compunham frentes de trabalho por ocasião de uma grande seca que assolou o Ceará. O edifício possui planta retangular. O pavimento térreo é composto por uma sala central com escada de acesso ao pavimento superior e duas salas laterais, as antigas celas. O pavimento superior é formado por três salas anteriormente destinadas à câmara. O piso do térreo é de lajota cerâmica e o do segundo pavimento em tabuado de madeira, reforçado com vigas de carnaúba ‐ palmeira característica do território cearense. A volumetria do edifício apresenta extrema sobriedade. As fachadas são marcadas com cunhais em seus vértices. Na fachada principal, no segundo pavimento, destaca‐se a janela com balcão sobre a porta principal. As envasaduras do primeiro pavimento são arrematadas em vergas retas, próprias do século XVIII na arquitetura cearense, e as do segundo pavimento por arcos ogivais característicos dos últimos anos do século XIX. O edifício foi classificado por lei estadual em 1983.