Igreja e Convento de Nossa Senhora da Luz (Museu de Arte Sacra)
São Paulo, São Paulo, Brasil
Arquitetura religiosa
As primeiras referências à Ermida da Luz datam do final do século XVI. A pequena capela, muito procurada por fiéis e viajantes que transitavam pelo caminho ou "estrada real" que cortava os Campos do Guaré (atual Avenida Tiradentes), na direcção de Santana, conservou‐se até 1729, permanecendo abandonada até meados deste século, quando por iniciativa da Irmã Helena Maria do Sacramento e do Frei António Sant’Ana Galvão (recentemente canonizado) foram realizadas obras de ampliação. O Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz é considerado o mais preservado, mantendo até hoje sua função original de recolhimento de religiosas. Trata-se, indiscutivelmente, de um dos mais belos e representativos conjuntos arquitetónicos da capital paulista, remanescente do século XVIII. O convento para mulheres foi projetado pelo franciscano Frei Galvão e inaugurado em 1788. A execução das obras deu‐se sob a sua orientação e foi iniciada pelas próprias freiras, seguidas dos taipeiros. O conjunto foi integrado à capela e ao coro e inaugurado em 1802. Frei Galvão alterou a planta do templo, primitivamente voltada para o centro, criando o frontispício voltado para o Caminho do Guaré. Segundo o novo projeto, a igreja passou a ter planta octogonal, da qual saem duas alas laterais. Juntamente com a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, a Igreja da Luz é das poucas com plantas poligonais construídas em taipa de pilão em São Paulo. Ao entrar na igreja, o altar‐mor encontra‐se do lado esquerdo, tendo um altar menor de cada lado do octógono. Internamente, a igreja possui belos trabalhos de talha. Em 1970, a ala esquerda do Mosteiro da Luz, restaurada, foi ocupada pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo, criado por decreto estadual em 28 de outubro de 1969. O conjunto foi classificado pelo IPHAN em 16 de agosto de 1943, e ex‐officio pelo CONDEPHAAT em 27 de agosto de 1979.