Igreja da Ordem Terceira do Monte do Carmo, Capela do Noviciado e OratórIo de Nossa Senhora da Boa Esperança
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Arquitetura religiosa
A Irmandade da Ordem Terceira foi criada no Rio de Janeiro em 1648. No século XVIII, iniciaram a construção do seu próprio templo, na Rua Direita, ao lado da igreja conventual. A pedra fundamental foi lançada em 1755 e as obras ficaram sob a responsabilidade do mestre Manoel Alves Setúbal. A portada de lioz veio de Lisboa em 1761. Os campanários só foram concluídos em 1850, segundo risco de Manuel Joaquim de Melo Corte Real, professor da Imperial Academia de Belas Artes. A fachada, totalmente revestida de granito local, tem na composição e no tratamento decorativo grande afinidade com as igrejas da reconstrução de Lisboa depois do terramoto. A igreja possui nave única, capela‐mor muito profunda e corredores laterais, solução esta muito difundida na cidade no século XVIII. Sacristia e capela do noviciado contornam a capela‐mor. Os fundos, com a fachada voltada para a Rua do Carmo, eram ocupados pelo antigo Hospital dos Terceiros. A decoração interna foi realizada, a partir de 1768, pelo entalhador Luís da Fonseca Rosa. Infelizmente, sucessivas obras no século XIX alteraram bastante a decoração original. A pequena capela do noviciado, para a iniciação dos irmãos da Ordem Terceira, é um pequeno salão retangular com teto em abóbada de berço, todo revestido de talha dourada com fundo claro, da autoria de mestre Valentim, que a executou entre 1773 e 1797. Possui dois altares, o principal dedicado à Nossa Senhora do Amor Divino e o lateral à Nossa Senhora das Dores, ambos da autoria de Valentim, e quatro grandes painéis com cenas de devoção carmelita, de autor desconhecido, além de delicada decoração espalhada por tetos e molduras que faz desta capela um dos mais requintados espaços do rococó luso‐brasileiro. O corredor lateral de acesso a sacristia é aberto em arcadas para uma passagem de acesso à Rua do Carmo. Separando a passagem da rua, há um arco em cantaria encimado pelo último oratório de rua existente na cidade do Rio de Janeiro, uma caixa de cantaria e vidro com frontão triangular, ladeada por volutas. A cidade chegou a ter 73 oratórios na época dos vice‐reis. Este, dedicado a Nossa Senhora da Boa Esperança, veio transferido da esquina do antigo hospital.