Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Arquitetura religiosa
A primeira capela construída juntamente com a igreja conventual e concluída em 1620 é a mais antiga capela de uma Ordem Terceira franciscana no Brasil. O crescimento da irmandade impõe um templo maior, que será edificado a partir de 1657, no terreno ao lado da igreja conventual. Desentendimentos entre a irmandade e os frades fazem com a obra se prolongue até meados do século XVIII. A bela portada principal de lioz, trazida de Portugal e instalada em 1748, marca a finalização da obra. Externamente, o prédio é bastante simples, constituído de três corpos paralelos, cada um com o seu respectivo telhado de quatro águas. O corpo central tem um frontão com curvas e contracurvas, que perdeu no século XX a cornija que o destacava da parte inferior. A simplicidade externa contrasta com a riqueza ornamental do interior. É um ambiente joanino por excelência e que teve na atuação dos seus artistas, os lisboetas Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito na talha, e Caetano da Costa Coelho nas pinturas, uma série de invenções que iriam definir o vocabulário do estilo. A igreja de nave única é toda revestida de ouro e coberta por abóbadas com pinturas em perspectiva ilusionista, destacando‐se a glorificação de São Francisco de Assis no forro da nave. Manuel de Brito inova na fatura do retábulo do altar‐mor em relação ao estilo nacional português, com o coroamento em aberto, marcado por imponente dossel característico do joanino. Francisco Xavier de Brito introduziu nos retábulos laterais da nave o quartelão, ou pilastra misulada, que ele próprio iria difundir posteriormente nas igrejas mineiras. A sacristia tem um grande arcaz, executado em 1780, obra de excelência da marcenaria setecentista do Rio de Janeiro. No teto, pintura rococó representando a visão de um papa recebendo o sangue do seráfico padroeiro.