Igreja da Santa Cruz dos Militares
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Arquitetura religiosa
A Irmandade da Santa Cruz dos Militares foi constituída no Rio de Janeiro em 1623. A primitiva capela foi construída junto ao mar, tendo sido concluída em 1628. Em 1779, a irmandade resolve construir uma nova igreja, de acordo com risco de José Custódio de Sá e Faria, um dos engenheiros militares portugueses mais atuantes no Brasil da segunda metade do século XVIII. As obras iniciaram‐se em 1780 e terminaram em 1811, quando a igreja foi consagrada na presença do príncipe regente D. João. É uma igreja que segue o modelo das igrejas de irmandade do Rio de Janeiro setecentista: nave única, corredores laterais e sacristia e dependências ladeando a capela‐mor. O maior interesse nessa igreja é a solução utilizada por Sá e Faria na composição da fachada. Reproduzindo o modelo maneirista da Igreja do Gesù de Roma, e das diversas que a sucederam, como Santa Suzana de Roma ou Santos Mártires de Lisboa, e adaptando‐o ao padrão das igrejas do Rio de Janeiro da época, ela apresenta o corpo central, correspondente à nave, mais elevado e coroado por frontão triangular, e os corpos laterais mais baixos, correspondentes aos corredores laterais, unidos ao central por volutas. Quatro nichos com estátuas de mármore representando os evangelistas, que substituíram em 1926 as estátuas originais de madeira, executadas por mestre Valentim, ladeiam a portada central. A fachada apresenta ainda a superposição de ordens jónica e coríntia, facto raro nas igrejas seis‐ e setecentistas da cidade. No interior, a decoração foi executada por mestre Valentim, mas também bastante alterada por obras na segunda metade do século XIX e por um incêndio, nos primeiros anos do século XX, que destruiu, entre outras coisas, o altar‐mor.