Igreja e Convento de Santo António

Igreja e Convento de Santo António

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Arquitetura religiosa

Os franciscanos chegaram ao Rio de Janeiro em 1592. Ocuparam primeiro a Ermida de Santa Luzia e em 1615 transferiram‐se para o convento em obras, iniciadas sete anos antes, com risco de Frei Francisco dos Santos. A igreja ficou pronta em 1620, recebendo retábulos maneiristas (não mais existentes) e os dezoito bustos dos santos mártires do Japão que ainda ornam o parapeito do coro alto. É uma igreja de nave única com a capela original da Ordem Terceira disposta perpendicularmente a ela, solução muito utilizada pelos franciscanos no Brasil. A atual talha de voltas concêntricas do altar‐mor e dos retábulos de ângulo no arco‐cruzeiro é do estilo nacional português, e foi executada na segunda década do século XVIII. Toda a capela‐mor é revestida de talha dourada e painéis pictóricos. É o último ambiente deste estilo ainda conservado na cidade do Rio de Janeiro. Na nave, um imenso arco comunica com a capela de Nossa Senhora da Conceição. Com decoração no estilo posterior ao da capela‐mor, isto é, o de D. João V, o espaço é também inteiramente revestido de talha dourada. Nessa capela encontra‐se o túmulo do infante espanhol Don Pedro Carlos, desenhado por Costa e Silva. É um monumento classicizante que destoa em parte do conjunto, mas de suma importância por ser a única obra reconhecidamente executada pelo arquiteto no Rio de Janeiro. Em 1928, obras realizadas pelos frades descaracterizaram a fachada da igreja, substituindo o frontão triangular por outro, com curvas e contracurvas de gosto barroquizante. O convento, ainda em uso, desenvolve‐se em quadra, tendo diversas capelas nas galerias, em especial a de Nossa Senhora das Dores, com delicada talha rococó. O destaque maior no complexo conventual é a sacristia. No fundo, imenso arcaz executado em 1745 por Manoel Alves Setúbal. O piso é revestido de mármore policromado, e nas paredes pinturas e painéis de azulejo representando paisagens e narrativas da vida de Santo António. O lavabo, isolado no meio da sacristia, é uma excelente peça escultórica monumental de mármore de Estremoz, com quatro golfinhos despejando a água em conchas, tudo encimado pela representação da pureza. É o único lavabo não parietal das sacristias do Rio de Janeiro.

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