Igreja e Convento das Mercês
Belém, Pará, Brasil
Arquitetura religiosa
Os primeiros frades da Ordem dos Mercedários chegaram a Belém, em 1639, acompanhando Pedro Teixeira no retorno da sua viagem a Quito. Fundaram o convento em 1640, em taipa. Em 1648, durante o mandato de Frei Lino José Freire, começou a construção do segundo edifício, que foi inaugurado em 1763. Não há consenso sobre a sua autoria. R. Smith, numa informação alegadamente transmitida por Alexandre Rodrigues Ferreira, cita a encomenda de um projeto a Pedro Ludovice, filho do arquiteto de Mafra, que teria sido rejeitado por ser "demasiado ambicioso". Opta então por atribuir a finalização da igreja a Landi, por comparação com a Igreja do Carmo, a quem também atribui a fachada, que hoje se sabe ter sido realizada em Lisboa. A dificuldade da atribuição deve‐se sobretudo à fachada convexa do edifício, com duas torres recuadas que acentuam o seu dinamismo, e que o integra nas tipologias de planta barroca ditas "borrominescas", que têm outros exemplares no Brasil, mas não são comuns em Portugal. A igreja tem nave única, com cobertura em falsa abóbada de madeira, capelas laterais apenas inscritas na espessura da parede e duas capelas finais, mais profundas, que ladeiam a parede onde se inscrevem o arco triunfal e a capela‐mor profunda e estreita. Por trás da capela‐mor dispunha‐se a sacristia, com biblioteca no piso superior. O convento desenvolvia‐se a leste da igreja, à volta de um claustro quadrangular. Em 1791 o convento foi extinto e os bens confiscados pela coroa. Em 1796 instalou‐se ali a alfândega. O edifício teve sucessivos usos, em especial militares, que muito o danificaram.