Pavilhão do Hospital Escolar
Panaji [Panagi/Pangim/Panjim/Nova Goa], Goa, Índia
Equipamentos e infraestruturas
O Pavilhão do Hospital Escolar de Goa fazia parte de um projeto mais alargado para um hospital central, organizado por pavilhões autónomos, onde também deveriam funcionar as escolas de medicina e de farmácia. No fim de 1921 estava terminado o projeto inicial e assegurada a viabilização financeira pelo fundo especial aprovado para a execução de diversos melhoramentos em Goa. Vários fatores levaram ao abandono do projeto, entre os quais a localização no Altinho e o afastamento do coordenador, o engenheiro Afonso Zuzuarte de Mendonça, à data diretor das Obras Públicas. No início de 1922 foi escolhida uma nova localização. O projeto foi entregue ao arquiteto Ramachondra Mangesh Adwalpalkar, que desenhou num só edifício os dois principais pavilhões do projeto anterior, a maternidade e a cirurgia, os únicos que acabam por ser construídos. O piso térreo era destinado à maternidade e o primeiro piso à cirurgia. Reintegrado no seu lugar em setembro de 1923, Zuzuarte Mendonça contestou a solução por motivos de ordem funcional, mas considerou‐a esteticamente melhor. Refere ainda ter substituído a estrutura dos pavimentos por lajes de betão armado, uma solução pouco utilizada em Goa na época. A restante estrutura foi mantida em laterite. Porém, relativamente ao desenho de projeto que se conhece, o alçado principal construído sofreu algumas alterações na zona das arcadas, cujo número foi reduzido, tendo por isso mudado ligeiramente de proporção. Estas alterações parecem ter sido feitas de modo a reforçar a estrutura do edifício. Em junho de 1924 a obra foi adjudicada ao construtor goês Madevá Sinai Bobó e Caculó. A obra decorreu a um ritmo lento, e em 1927 ainda não estava terminada. O edifício ajudou a consolidar uma área que se encontrava em desenvolvimento deste o início do século, e permitiu a afirmação da Avenida Marginal como um dos arruamentos mais importantes da cidade. O seu autor tem um papel fundamental na afirmação deste edifício como um exemplo único em Goa. Adwalpakar não só foi o primeiro arquiteto como foi o primeiro hindu, que se conheça, a integrar os quadros técnicos das Obras Públicas goesas. Formado em Bombaim, a influência da Índia britânica surge naturalmente neste edifício. A importância dada ao clima e o sentido de representação do Estado são as preocupações mais presentes. Estes cuidados eram, nesta época, mais comuns na Índia britânica do que na Índia portuguesa. O edifício sofreu obras de recuperação em 2005, que introduziram pequenas alterações a nível espacial, mas respeitaram globalmente a construção. É hoje a face mais visível do International Film Festival of India (IFFI) em Goa.