Alfândega
Panaji [Panagi/Pangim/Panjim/Nova Goa], Goa, Índia
Equipamentos e infraestruturas
A Alfândega é um dos mais antigos edifícios da cidade, testemunho de duas fases distintas de transformações urbanas e arquitetónicas que marcaram a cidade de Pangim no século XIX. A mudança da Alfândega de Velha Goa para Pangim foi aprovada em maio de 1811, e terá sido levada a cabo nesse mesmo ano. Tendo funcionado de início em barracões, Manuel de Portugal e Castro (1827‐1835) mandou construir o que Louzada d’Azevedo descreveu como sendo um belo edifício, com boas salas e armazéns em número suficiente para guardar tudo o que fosse necessário. É essa a construção, desenhada por Lopes Mendes, que hoje podemos observar, apesar das alterações que certamente sofreu ao longo dos anos, como todos os edifícios públicos em Goa. O primeiro acrescento docu‐ mentado foi um novo armazém construído em 1841‐1842, sendo possível que a sua localização não fosse exatamente junto ao edifício, mas na área até ao cais pela qual se estendiam as dependências. Comparando as plantas conhecidas de Pangim, de 1870 e de 1888, verifica‐se que entre estas datas foi feita uma nova ampliação do lado poente, o único que hoje se entende perfeitamente no conjunto do edifício. Essa ampliação consistiu num corpo de dois pisos ao longo de toda a fachada: um primeiro andar sobre uma arcaria, que na época deveria ser aberta. Este acrescento alinha a Alfândega perfeitamente com o arruamento e as edificações da praça da Câmara Municipal, entretanto construída. Em 1922, o edifício encontrava‐se em avançado estado de degradação, como aliás estava em finais da década de 1990, quando foram feitas obras de conservação, realizadas com o apoio da Fundação Oriente. É de salientar que também a relação entre o edifício e o rio se foi alterando ao longo das décadas com os sucessivos aterros na zona marginal.