Antigas Instalações da Empresa de Celulose do Ultramar (espaço não urbano)
Caminho-de-Ferro de Benguela [povoações do Cubal; Alto Catumbela; Chinguar; Camacupa, General Machado], Benguela, Huambo, Bié, Moxico, Angola
Equipamentos e infraestruturas
Implantada no Alto Catumbela, a partir da homónima estação do Caminho‐de‐Ferro de Benguela, foi feita de raiz, a partir de 1958‐1959, uma povoação industrial totalmente dependente da Companhia de Celulose do Ultramar. O conjunto localizava‐se nas margens do Rio Catumbela, a meio caminho entre o Lobito e o Huambo (perto da Ganda). Obedecendo a um plano moderno, assente no conceito de zonamento, previa uma zona fabril, uma de lazer e ainda uma zona residencial e o segregado "bairro indígena". Esta "cidadela industrial" (na linha da primeva Nova Oeiras de Setecentos) foi projetada pelo Grupo Habitat, num modelo profissional muito característico dos inovadores anos 1950‐1960, com autorias pelos arquitetos Nuno Teotónio Pereira (plano e edifício da administração), Bartolomeu Costa Cabral (plano e habitações), Freitas Leal (fábrica, posto clínico e igreja, esta, ao que parece, não construída), e ainda o tirocinante J. Mesquita de Oliveira. O conjunto, construído numa linguagem moderna, com preocupação funcional, aproveitou alguns recursos e materiais locais (por exemplo nos tetos de madeira e fibrocimento) e foi edificado entre meados de 1958 e fins de 1959, com acompanhamento pelo arquiteto Luís Amaral. Foi muito destruído na recente guerra civil.