Fortaleza

Fortaleza

al-Basrah [Bassorá, Baçorá], Golfo Pérsico | Mar Vermelho, Iraque

Arquitetura militar

Tratase de uma das três maiores cidades do Iraque, sendo capital da província de Bassorá e, ainda, o principal porto do país. Localiza-se nas margens do Shatt al-Arab, a uma distância de cinquenta e cinco quilómetros do Golfo Pérsico e a quinhentos e quarenta e cinco quilómetros de Bagdade. O rio, ou melhor, o estuário é formado pela confluência dos rios Tigre e Eufrates e desagua no Golfo Pérsico após um percurso de cerca de duzentos quilómetros. Nos séculos XVI e XVII, embora nunca tivessem conquistado a cidade, os portugueses tiveram uma presença significativa em Bassorá. A cidade era utilizada para fins comerciais, além de constituir um ponto de passagem dos correios terrestres da Índia para Lisboa.
No Livro das Plantas de Todas as Fortalezas, Cidades e Povoações do Estado da Índia Oriental, António Bocarro refere a cidade de Bassorá como estando situada à beira do rio, tendo "hua fortaleza mui fermoza". A sua dinâmica comercial é descrita da seguinte forma: "He tão grande a escalla de Baçora que a todas quantas embarcaçõis forem darão carga e acharão venda, porem hora com pouco hora com muito ganho, como sucede em couzas de mercancia". De acordo com o padre Manuel Godinho no livro intitulado Relação do Novo Caminho que fez por Terra e Mar Vindo da Índia para Portugal no ano de 1633, a população de Bassorá ultrapassava os cem mil vizinhos, entre os quais: "arábios, turcos, persas, arménios, jacobitas, sábis, indostanes, e de toda a nação que ali se dirige pela razão do comércio com a Índia". Viviam na cidade tantos mercadores que se ali fossem duzentas naus, todas sairiam carregadas no período escasso de um mês. Em 1622, após a perda da Fortaleza de Ormuz, aumentou consideravelmente a importância do comércio português na cidade de Bassorá. Em sua defesa veio Rui Freire de Andrade, em 1624, enviando para aquelas terras Gonçalo da Silveira, uma vez que este importante centro de comércio português estava a ser atacado pelos persas comanda dos pelo imã Qulica, o vencedor de Ormuz. A flotilha de Gonçalo da Silveira permaneceu no Eufrates até novembro de 1625, data em que o cã de Xiraz pediu auxílio aos ingleses. O pedido foi recusado sob o pretexto de que a situação os poderia envolver em guerra com os turcos, o que lhes seria desfavorável.

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