
Igreja da Madre de Deus
Vigia, Pará, Brasil
Arquitetura religiosa
A Igreja da Madre de Deus é o segundo grande edifício dos jesuítas na Amazónia. A ação dos missionários na região da vila da Vigia começou nos primeiros anos do século XVIII, tendo instalado ali fazendas e aldeamentos. Em 1730, o padre José Lopes, provincial da Companhia, obteve licença para reunir em uma casa oito missionários. Em 1732, foi obtida a permissão régia para estabelecer o colégio. As obras da igreja começaram em 1734. É um dos edifícios mais interessantes da Companhia no Brasil, sobretudo pelas suas imponentes varandas laterais superiores, ornadas por doze grossas colunas toscanas, que sustentam a cobertura em madeira do templo. Segundo G. Bazin, é caso único no Brasil, embora se possa associar estas varandas a construções jesuíticas na Índia. A igreja tem nave única, como é comum nos edifícios jesuíticos, mas ao invés das capelas laterais intercomunicantes tem dois corredores externos, em cujo piso superior se encontram as varandas. Estas filtram a luz que ilumina a nave através de janelas. O frontispício da igreja é formado por um corpo central ladeado por duas torres com campanários. O corpo central, que corresponde à nave, tem três portas encimadas por janelas de sacada. Uma cornija separa o frontão, composto por volutas simétricas que remetem para o da Igreja de Santo Alexandre em Belém. Na sacristia existem mobiliário e pinturas do século XVIII. A igreja foi classificada pelo IPHAN em 14 de dezembro de 1954.