
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Prados, Minas Gerais, Brasil
Arquitetura religiosa
A Matriz da cidade de Prados começou a ser construída por volta de 1710, tendo adquirido a atual configuração por volta de 1770. Edificada em alvenaria de pedra, adobe e taipa, conta com as características das matrizes mineiras - duas torres, volumetria avantajada, corredores laterais, composição privilegiando o quadrado -, mas com uma expressão mais atarracada e elementos decorativos de exuberância distinta da linguagem rococó da região. A última reconstrução importante é de 1765. É desse momento o rico tratamento dado à portada, com desenvolvimento de elementos em conchas e nicho com imagem arrematando a composição enfatizando a horizontalidade do conjunto, ao contrário dos outros exemplos de portadas com nicho existente nas Minas Gerais, em que os elementos decorativos enfatizam a verticalidade. Todos os elementos decorativos da fachada são trabalhados com arenito local. O coroamento das torres é em pirâmide, provavelmente mantendo a forma do primitivo telhado de taipa. A planta se desenvolve em nave única com corredores laterais e capela‐mor, ladeada por sacristia e capela do Santíssimo. Independente da utilização do vocabulário barroco/rococó em seus elementos decorativos, tem em seu espaço a herança da arquitetura chã portuguesa. É essa aparente contradição entre a exuberância dos vocábulos barrocos, empregados de forma quase sempre residual, e a extrema simplicidade na construção de seu arcabouço que dá o carácter à maioria das matrizes mineiras. Na sacristia, o lavabo data de 1781 e é atribuído a Manoel João Pereira. Na nave, a talha de gosto rococó faz parte do conjunto de obras executadas na segunda metade do século XVIII. A decoração da capela‐mor é posterior, com recursos concedidos através de carta régia de 1804.