Engenho de Araçatiba
Viana, Espírito Santo, Brasil
Habitação
Não se tem informação de quando os jesuítas se instalaram em Araçatiba, que na língua tupi significa abundância de araçá, fruta comestível disseminada em todo o Brasil. Os índios brasileiros nomeavam os sítios não só por suas características físicas mas também por sua oferta alimentar, seja vegetal ou animal. O certo é que em 1716 Araçatiba já figura como residência nos catálogos da Companhia. Os jesuítas não se limitaram no Brasil à catequese e ao ensino, com suas aldeias e colégios, mas também participaram ativamente da produção económica das novas terras, com a exploração de engenhos de açúcar e fazendas de gado. Muribeca e Araçatiba foram as principais instalações rurais dos jesuítas na capitania do Espírito Santo. A primeira era uma fazenda de gado, a segunda se notabilizou pela produção do açúcar. A construção do engenho e da residência de Araçatiba foi obra do padre Rafael Machado no início do século XVIII. Tratava‐se de uma grande fazenda, e consta que nela viviam habitualmente dois padres da Companhia de Jesus. O engenho abastecia, pelo Rio Jacu e o litoral, o Colégio de Vitória. A residência era composta de uma única ala, não chegando a ter o desenvolvimento em quadra à volta de um pátio central comum. Igreja, senzalas e oficinas compunham o restante das instalações do complexo jesuítico de Araçatiba. Hoje sobraram apenas a igreja e as ruínas da residência. Por detrás destas foi criado, no século XIX, um cemitério público.