
Jardim Botânico, Fábrica de Pólvora e Casa dos Pilões
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Equipamentos e infraestruturas
Encantado com a natureza da Serra do Corcovado, o príncipe regente criou um pequeno jardim para plantas exóticas, nas margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, junto de onde acabara de ser implantada em 1808 a Real Fábrica de Pólvora. A administração do jardim ficou a cargo de João Gomes da Silveira Martins, futuro marquês de Sabará. Este jardim representou o início do chamado Real Horto. No ano seguinte foram introduzidas plantas provenientes das Ilhas Maurício, vinte caixotes que haviam sido subtraídos por oficiais portugueses. Entre estas plantas estava a muda de uma palmeira, a palma mater, que foi plantada pelo próprio príncipe regente e deu origem à aleia das palmeiras e a todas as palmeiras, denominadas imperiais, presentes nos jardins brasileiros oitocentistas. Em 1814, D. João ordena o início do cultivo de chá no Horto Real, com a vinda de chineses. A denominação Jardim Botânico só aparece oficialmente em 1819. Os viajantes estrangeiros descrevem a ida ao Jardim Botânico como um dos passeios mais admiráveis que se podia fazer na cidade do Rio de Janeiro no século XIX. Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil foi necessário criar no Rio de Janeiro a Real Fábrica da Pólvora, à semelhança da existente em Portugal. Foi instalada num distante arrabalde, no antigo engenho de açúcar de Rodrigo de Freitas, nas proximidades da lagoa de mesmo nome. A fábrica funcionou ali até 1826, quando se transferiu para Inhomirim, no fundo da Baía de Guanabara. Restam da antiga fábrica o portão e a Casa dos Pilões. A casa dos pilões fazia parte do antigo engenho e é uma construção térrea que foi adaptada para oficina dos moinhos dos pilões, local onde se compactava salitre, enxofre e carvão. O portão da fábrica é composto na lateral por colunas toscanas adossadas e encimado pelo brasão da coroa e decoração com elementos que caracterizam o uso do espaço, como canhões e bolas de ferro.