Igreja de São Francisco de Paula e Capela de Nossa Senhora das Vitórias
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Arquitetura religiosa
É a segunda maior igreja setecentista da cidade. A Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula foi instituída na cidade no ano de 1756. Três anos mais tarde, a irmandade inicia a construção do seu templo em terreno no mesmo largo onde estava sendo construída a nova Sé da cidade. Em 1801, a construção já havia sido completada, faltando apenas o arremate do frontispício, concluído nos anos seguintes. Desconhece‐se o autor do risco da igreja, provavelmente algum dos engenheiros militares atuantes na cidade no período. A fachada tem as características do gosto pombalino da reconstrução de Lisboa. É uma igreja de duas torres com frontão levemente arqueado e composição fortemente marcada por cunhais, pilastras e cornijas de cantaria. A disposição em planta segue o padrão das igrejas no Rio de Janeiro da segunda metade do século XVIII: nave única com capela‐mor alongada e corredores laterais independentes. Aqui, como na Ordem Terceira do Carmo, temos uma capela de iniciação dos irmãos na lateral esquerda da capela‐mor. A talha da nave e capela‐mor é obra da segunda metade do século XIX. A capela do noviciado, dedicada a Nossa Senhora das Vitórias, conserva a talha toda da ambientação original setecentista. É um pequeno salão retangular de 13,30 x 6,20 metros, iluminado por três grandes janelas. Obra representativa da última fase do mulato Valentim da Fonseca e Silva, onde a predominância do fundo branco enfatiza a delicada talha dourada, disposta de forma contida e simétrica. No teto, um grande medalhão com uma pintura representando Nossa Senhora das Vitórias entre nuvens e cenas da Batalha de Lepanto, e nas paredes laterais seis painéis representando cenas da vida de São Francisco de Paula. Todas as pinturas são de autoria do escravo liberto Manuel da Cunha, um dos principais artistas atuantes na cidade no período.