Igreja de Santo António
Rio Bonito, Rio de Janeiro, Brasil
Arquitetura religiosa
A ocupação mais efetiva de portugueses na região de Rio Bonito só ocorrerá em meados do século XVIII, com a instalação de engenhos de açúcar. As terras da região faziam originalmente parte da capitania de São Vicente. No século XVII temos notícias da concessão de sesmarias, mas sem registos de que essas tenham sido efetivamente ocupadas. Só em 1755 é que o sargento‐mor Gregório Pereira Pinto instala uma fazenda, denominada Madre de Deus. A capela dessa fazenda será transformada em freguesia em 1768, vinculada à Vila de Santo António de Sá (Itaboraí). Em 1779 já existiam cinco engenhos na freguesia: um deles pertencia ao capitão Francisco Marinho Machado, denominado capitão Basílio. Este havia solicitado provisão em 1782 para construir em sua fazenda uma capela dedicada a Sant’Ana. No dia 1 de janeiro de 1786, com a obra terminada, a capela é consagrada. Trata‐se de igreja com torre e nave única, capela‐mor e sacristia lateral, construída sobre uma elevação. Apresenta entre a torre e a sacristia uma varanda alpendrada com colunas toscanas. Na fachada temos porta única, duas janelas na altura do coro encimadas por frontão curvilíneo. A torre apresenta na fachada curioso tratamento com volutas laterais e coroamento com duas curvas ascendentes, que lhe dão o aspecto mais de uma sineira espadaña do que de uma torre propriamente dita. O retábulo do altar‐mor, com talha de elementos rococó, se encontra desmontado desde a última restauração na década de 1980.