Casa da Fazenda Jurujuba

Casa da Fazenda Jurujuba

Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

Habitação

A casa era a sede de uma fazenda situada no lugar chamado Saco, da freguesia de São João do Carahy. Pertencia, em meados do século XVIII, a João Malheiro Reimão Pereira, que provavelmente foi o responsável pela construção da casa. Em 1757, ele vende a fazenda ao seu irmão, Frei António do Desterro, então bispo do Rio de Janeiro, que doará a fazenda com todos os seus pertences ao Seminário de São José, no ano de 1762. Casa solarenga de alvenaria de tijolo e cal, sendo o pavimento superior projetado na frente sobre pórtico com cinco arcadas. A fachada frontal é a mais elaborada, com características do risco dos engenheiros militares do período colonial. À exceção das molduras em granito das janelas do sobrado, todos os outros elementos decorativos desta fachada são em massa: a moldura e a chave central dos arcos; os cunhais e a forte cornija bem desenhada que arremata o telhado; e a sobreverga dos vãos. A cada arco corresponde no sobrado uma janela rasgada em arco abatido e esquadria antiga almofadada, dando para uma pequena sacada. O acesso ao interior se dá por porta central sob o pórtico que abre para um vestíbulo com escada paralela à entrada, semi‐entalada, característica das residências do século XVIII no Brasil. É possivelmente o último remanescente desse tipo de solução na região da Guanabara. O vestíbulo também é marcado por dois arcos trilobados, um em cada extremo do corpo da escada. No interior da casa, um pátio central fechado é circundado no térreo por oito colunas dóricas, que sustentam a varanda do pavimento superior. Este imóvel e a Casa do Bispo do Rio Comprido, no Rio de Janeiro, têm sua autoria atribuída ao brigadeiro Alpoim. As duas obedecem ao mesmo partido, com pórtico em arcos na frente, cinco em Charitas e sete no Rio Comprido. A solução dada em Jurujuba é menos monumental do que na Casa do Bispo, mas por outro lado mais franca e elegante.

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