Igreja de São Francisco Xavier
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
Arquitetura religiosa
Os jesuítas adquirem as "terras do saco" na segunda metade do século XVII. O nome é uma alusão à enseada muito fechada onde ficam localizadas as terras. Numa colina junto às margens da baía, constroem uma ermida dedicada a São Francisco Xavier, que funcionou como sede da fazenda de lenha e gado, e abastecia o Colégio do Rio de Janeiro. Não se tem informação precisa quanto à data de construção. Um armário existente na sacristia ostenta a data de 1696, o que leva a supor que a igreja teria sido construída em data anterior. Trata‐se de exemplo característico das construções jesuíticas de cunho popular. Alguns autores atribuem sua construção ao padre Lourenço Gonçalves, ativo na região no final do século XVII. Os elementos artísticos da Igreja de São Francisco são, no entanto, de fatura mais ingénua do que outras obras do mestre jesuíta. Chama a atenção a solução, comum aos templos de São Pedro da Aldeia e de Anchieta, de iluminar o coro através de uma única janela retangular central na fachada. Erguida em alvenaria de pedra e cal, o interior é bastante singelo, com nave única e capela‐mor com retábulo pintado sobre madeira envolvendo o nicho central, onde figura a imagem de São Francisco Xavier. A única porta de sua fachada principal é ladeada por duas janelas de cada lado. Nas laterais da nave e capela‐mor se situam a sacristia e a residência dos padres. Há uma pequena sineira na fachada coroada por volutas e cruzeiro. Alterada no século XIX, a fachada foi restaurada em 1937, reassumindo sua feição original.