
Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, Fortaleza de São José da Ponta Grossa, Fortaleza de Santo António de Ratones
Ilha de Santa Catarina , Santa Catarina, Brasil
Arquitetura militar
O brigadeiro José da Silva Paes chega na Ilha de Santa Catarina em 1739, com ordens de organizar a defesa daquele litoral. Planeja para a entrada da barra norte, um sistema de triangulação formado pelas fortalezas de Santa Cruz, na Ilha do Anhatomirim; de Santo António, na Ilha de Raton Grande; e de São José, na Ponta Grossa. Santa Cruz e Ponta Grossa ficam nos dois lados da entrada da baía, a primeira numa ilha junto ao continente e a segunda no extremo norte da Ilha de Santa Catarina, de frente à primeira. Ratones fica numa ilha recuada dentro da baía, fazendo a triangulação com as duas primeiras. Apesar do excelente sistema pensado por Silva Paes, a insuficiência de material bélico não impediu que a Ilha de Santa Catarina fosse ocupada pelos espanhóis em 1777. Santa Cruz de Anhatomirim é a maior fortaleza do conjunto projetado por Silva Paes. É uma fortaleza irregular que ocupa toda a ilha onde está implantada e foi levantada entre 1739 e 1744. A maior parte dos seus edifícios data do século XVIII, sendo que os de maior destaque são o quartel da tropa e a portada de acesso ao terrapleno. O quartel da tropa, no desenho de Silva Paes existente no Arquivo Histórico Ultramarino, apresenta solução em arcaria mais elegante do que os robustos contrafortes que marcam o perfil do prédio existente. O prédio está implantado num desnível, tendo a arcaria o incomum pé‐direito de 6,30 metros. A portada é composta de dois maciços de alvenaria marcados por pilastras e por uma sucessão de cornijas que lhe dão um certo aspecto orientalizado. A Fortaleza de São José da Ponta Grossa foi iniciada em 1740. De limites irregulares, adaptados à topografia, possui cortinas nos seus três diferentes terraplanos. Originalmente havia uma ponte levadiça, identificada pelos rasgos no alto da portada. No último terrapleno estão construídos o quartel do comandante, o armazém da pólvora e a capela. Foi parcialmente destruída quando da invasão espanhola de 1777. A fortaleza de Santo António de Ratones ocupa toda a ponta norte da ilha de mesmo nome. Atribui‐se a origem do nome da ilha à passagem do conquistador espanhol Cabeza de Vaca pela região, que a teria achado parecida com um grande rato. Foi erguida com risco de Silva Paes, a partir de 1740. As cortinas erguem‐se pouco acima da linha do mar e aproveitam na sua implantação o relevo natural da ilha. O acesso é feito através de uma rampa que desemboca diretamente na praia. O que hoje temos no terrapleno são as ruínas consolidadas das edificações da fortaleza, fruto de restauro empreendido entre 1990/1991.