Convento de São Bernardino de Sena e Capela dos Terceiros

Convento de São Bernardino de Sena e Capela dos Terceiros

Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil

Arquitetura religiosa

A primeira construção franciscana em Angra dos Reis data de 1653, um ano após a chegada dos frades na cidade. O convento primitivo ficava no sopé da ladeira do atual, implantado num local inadequado em razão das cheias derivadas das fortes chuvas de verão. O provincial da Ordem dos Franciscanos, Frei Francisco da Purificação, decidiu então construir um outro, dedicado a São Bernardino de Sena, em local mais alto e com grande visão de toda a área onde estava implantada a cidade. As obras, iniciadas em 1758, se prolongaram até 1763. Tanto o primeiro como o atual convento seguiam na sua localização a tradição franciscana de se instalarem nos limites das vilas. Os franciscanos irão permanecer no complexo conventual até 1859. Com a saída do último frade, inicia‐se o processo de arruinamento do convento. Na década de 1980, obras de restauração refazem o telhado da igreja, permitindo novamente a sua utilização, e recuperam o revestimento das paredes externas. A igreja tem na fachada um frontão curvo e sineira de gosto barroco. O acesso à nave é feito através de galilé. Internamente, o espaço é simples, resultado dos anos de arruinamento. Ao lado da igreja desenvolve‐se o corpo do convento, apresentando a sequência de pequenas janelas das celas dos frades, intercaladas por outras maiores, correspondentes aos corredores. À direita da igreja está a Capela dos Terceiros de São Francisco da Penitência. Trata‐se de uma construção de menores dimensões, mas com um tratamento mais rebuscado do seu frontão. A irmandade manteve o templo em boas condições, apesar do arruinamento do convento. O conjunto tem as características da arquitetura franciscana do centro sul do Brasil: com a Igreja da Ordem Terceira edificada ao lado da conventual e o emprego de espadaña, parede sineira, ao invés da torre. Pelas ruínas percebe‐se ainda a importância do complexo conventual. São ainda visíveis as amplas cozinhas, com chaminés, e os lavatórios. O convento conta ainda com um retábulo de estilo seiscentista, uma estante de coro, lavatório em pedra de lioz, sinos, chafariz de mármore e esquadrias e porta almofadada em madeira de lei. Na ladeira de acesso ao convento destaca‐se um cruzeiro de mármore e o portão, que teriam sido doados por D. José I, em 1758.

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