Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo
Salvador, Bahia, Brasil
Arquitetura religiosa
No alto do morro, escondida pelo casario, a igreja tem atrás de si o mar e à frente uma longa escadaria que convida à penitência. Uma escadaria que não lhe pertence e se fecha por grades, isolando‐se da massa da construção. Uma escadaria que, por si só, é monumento. Em 1718, durante o governo de D. Sebastião Monteiro da Vide, é criada a freguesia, em 1736 instituída a nova igreja paroquial, e no ano seguinte por ordem real outorgado subsídio para a construção da capela‐mor. E pouco mais se sabe sobre a história, exceto a sua classificação pelo IPHAN em 1938. A planta é típica das matrizes do começo do século XVIII, com corredores laterais superpostos por tribunas e sacristia transversal. A forte inclinação do terreno ditou a solução de superpor o ossuário, a sacristia e o consistório numa mesma prumada. A fachada compõe‐se por três corpos, sendo dois as torres de coroamento piramidal e cimalhas encurvadas. No centro, as três portadas se aglutinam num só conjunto, talhado em pedra. O entablamento central se abre em volutas para receber a janela, que apoia o óculo, que se alinha com outro óculo e o medalhão no eixo do frontão, terminado pela cruz. Uma sucessão de elementos decorativos que se superpõem, indicando o caminho para o alto. Internamente os retábulos são do século XIX, de artífices conhecidos. Azulejos de Lisboa (1750) revestem a capela‐mor e outros, industriais (século XIX), se dispõem na nave. O forro da nave é atribuído a António Pinto e António Dias e abundam os painéis de temática sacra.