Igreja e Convento de Santa Teresa

Igreja e Convento de Santa Teresa

Salvador, Bahia, Brasil

Arquitetura religiosa

A estrutura arquitetónica conventual está implantada a meia encosta da falésia de Salvador, envolvida por uma grande área verde murada, de onde se descortina uma fantástica vista da Baía de Todos os Santos, possibilitando, tanto em seu interior quanto em seu exterior, um permanente convite à admiração e contemplação. A chegada dos frades descalços à cidade do Salvador ocorreu provavelmente em 1659, quando se dirigiam para Angola para ali fundar o convento. Atribui‐se a fundação da atual casa ao ano de 1668, quando os religiosos obtiveram licença do Cabido para construir nova casa em local mais alto. A consagração da igreja ocorreu em 1698, mas as obras para dotar o convento de todo o aparato necessário à vida religiosa continuaram durante o século XVIII. No ano de 1755, foram colocados os quatro quadros em óleo sobre tela nos nichos que se localizam em cada ângulo do claustro, representando os Passos da Paixão de Cristo. A designada "arquitetura carmelitana" consiste numa igreja em cruz latina, nave única com capelas laterais intercomunicantes abobadadas, cúpula semi‐esférica no transepto, e cornija de moldura clássica percorrendo todo o perímetro da igreja, de onde nascem as abóbadas. O frontispício, de extrema severidade, é constituído de três corpos que formam um retângulo encimado por um frontão triangular com uma espadaña num dos lados. No primeiro corpo estão inseridos três arcos, que formam o pórtico de entrada do templo. O que está localizado no centro possui maior altura; no segundo está inserido um nicho, no qual é colocada uma imagem; no último, uma janela central é ladeada por dois escudos, nos quais estão inscritas as armas do reino e as insígnias da Ordem, respectivamente. Na quadra conventual destaca‐se o claustro das procissões, quadrado perfeito, formado por arcadas com suas pilastras assentadas sobre os muros que fecham a quadra, deixando dois arcos abertos para acesso ao pátio, também chamado "alegrete". A cobertura interior é constituída de abóbadas com arestas em ângulos. As galerias geralmente recebem tratamento especial de modo a filtrar a luz, criando uma atmosfera convidativa à meditação. Dentre os elementos arquitetónicos característicos das edificações da Ordem, ressaltam‐se os adros - pátios murados, encimados por elementos de cantaria, com algumas aberturas gradeadas, situadas à frente da igreja - e a portada central, em cantaria, posicionada diante do frontispício do templo. Vale ressaltar o conjunto de azulejos aí existente, pequeno, porém extremamente representativo da cronologia das diferentes fases em que estes elementos cerâmicos foram utilizados no Brasil. Possui o convento significativos painéis: policromados, tapetes, figurativos e com figuras avulsas. Neste último, destacam‐se os painéis localizados na nave da igreja, à altura das galerias, e no coro, com representações dos profetas e santos da Ordem. No interior da igreja, também chamam a atenção os retábulos barrocos em talha dourada das capelas laterais da nave e do transepto do início do século XVIII e sua enorme sacristia, à qual se tem acesso pela sala do lavabo, rica peça em pedra de lioz com partes revestidas de azulejos policromados do século XVII.

Loading…