Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat (Mosteiro de São Bento)
João Pessoa, Paraíba, Brasil
Arquitetura religiosa
Segundo Moura Filha, os monges beneditinos chegaram à capitania da Paraíba em 1595, quando iniciaram a organização do património do futuro mosteiro. A construção começou em 1600, sob a invocação de Nossa Senhora do Monte Serrat. Além da presença na cidade, os beneditinos dedicaram‐se à catequese dos índios, nos aldeamentos, até à dissolução deste sistema, na década de 1760. Guilherme Lins afirma que uma primeira versão do conjunto já estava pronta em 1618, de forma que a situação de incompletude, aquando da invasão holandesa, era já da primeira reconstrução. Pela cronologia organizada por Eugênio Lins, a igreja atual foi iniciada em princípios do século XVIII e concluída apenas em seu terceiro quartel, guardando, porém, as características daquele momento inicial. Na capela‐mor (construída entre 1722 e 1740), destaca‐se o arco‐cruzeiro (o retábulo é do século XIX). Ele é ladeado por arcos menores e encimado por um óculo decorado. No frontispício (1718‐1761), as vergas são retas, a ordem geométrica é rigorosamente marcada pelas cornijas e pilastras, e a decoração restringe‐se ao pequeno frontão. A galilé tem três arcos (Lucena, Igreja de Nossa Senhora da Guia) e comunica‐se com a nave atra‐ vés de portadas cuja modenatura exagerada exprime uma força barroca que prescinde de decoração. Nas décadas de 1910 e 1920, quando o conjunto ainda era mosteiro, a igreja sofreu modificações, sendo provável que nesta época tenham sido demolidas a galeria sul e a capela lateral norte. Com a desativação, o mosteiro tem passado por diversos usos, alternados com períodos de abandono, restando bastante descaracterizado. A igreja, com maior integridade, foi classificada pelo IPHAN em 1957. As principais intervenções por que passou foram: a retirada de revestimentos em argamassa e da caiação das cantarias (1954‐1955); a contenção da encosta, com muro de arrimo (1971); o restauro completo, executado pela Oficina‐Escola de Revitalização do Património Histórico de João Pessoa (1988‐1995).