Zanzibar

Lat: -6.161327777777800, Long: 39.188883333333000

Zanzibar

África Oriental com a Etiópia, Tanzânia

Enquadramento Histórico e Urbanismo

Zanzibar, ilha costeira, incluída na atual Tanzânia, é uma jóia da civilização islâmica e suaíli. Constituía no século XV uma pequena instalação, parte dos vários entrepostos e centros de comércio afro-árabes espalhados ao longo da costa da África Oriental. Desde o final de Quatrocentos, após a passagem de Vasco da Gama por Zanzibar em 1499, exploradores e comerciantes portugueses começaram a influenciar a atividade económica da ilha, estabelecendo aí alguns pequenos núcleos (desde 1503, vindo a ilha a ser reclamada como sendo de posse portuguesa pelo capitão João Homero em 1505). Esses núcleos ficariam depois sob a proteção principal da grande fortificação de Mombaça, no atual Quénia, entre fins do século XVI e fins do XVII. Em 1698 cessou o controlo militar português da ilha, que passou para o Império Omanita. No final do século XVI a ilha era regida por uma dinastia local, sob a influência e hegemonia dos portugueses. Mas, com o acentuar da decadência do seu "Império das Índias", desde os meados de Seiscentos a influência dominante nesta área iria passar gradualmente para os árabes de Omã, que finalmente expulsaram os portugueses de Zanzibar em 1729. Na ilha costeira de Pemba, um pouco a norte da ilha maior de Zanzibar, há referência à existência de duas "casas portuguesas", em Mulvani. Em Zanzibar, há também notícia dos restos de um forte com capela (a norte da ilha, perto de Manama). Aqui, a palavra "português" era sinónimo de "doreno" (do reino).
Em termos de traçado urbano, a povoação principal da ilha, a chamada "Stone Town" (ou, em suaíli, "Mji Mkongwe", declarada Património Mundial pela UNESCO em 2000), apresenta no seu núcleo central as características dos povoados históricos do mundo islâmico, com bastante concentração do edificado numa malha urbana alongada (sentido sudoeste‐nordeste), com ruas estreitas e de elevada densidade populacional (ver mapa de 1846, na obra citada, com a referência ao "bairro do comércio", envolvendo o forte). Todavia, este tecido urbano, pelas suas características morfológicas, poderá conter marcas da antiga intervenção portuguesa (veja‐se o local do chamado "arco português"), associadas à presença cêntrica do forte, que dá a nota locativa do anterior vestígio da arquitetura civil e religiosa de origem lusa (feitoria e igreja ou capela) - ao modo de algumas povoações marroquinas onde a presença portuguesa também se verificou.

Arquitetura militar

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