Danqaz

Lat: 12.499232989243000, Long: 37.655685979070000

Danqaz

África Oriental com a Etiópia, Etiópia

Enquadramento Histórico e Urbanismo

O altaneiro sítio de Danqaz integra as ruínas de uma catedral e de um palácio, ambos relacionados com a histórica presença portuguesa na Etiópia. Situa-se a norte do Lago Taná e a sul de Gondar. Na região etíope onde o lugar se situa, acima dos 3.000 metros, deparam-se-nos belos vales e precipícios abruptos, conferindo à zona um excepcional carácter paisagístico. Tudo se situa no plano de frágil equilíbrio em que se encontra este notável conjunto arqueológico monumental. A uns vinte metros abaixo do plateau em que se situa o que resta de uma catedral e do palácio do imperador Susenyos, encontra-se um povoado com cubatas, onde tudo é escasso, exceto a quantidade dos moradores. Entre as ruínas do templo e as do palácio - num espaço com os seus trezentos metros que separam as duas altivas ruínas, e com cerca de duzentos de largura média da plataforma onde assentam (provável muralha dentro da qual se localizariam os complementos da cidadela imperial) -, destaca-se um solo de pedra solta que aparenta qualidades para a agricultura. A meio da subida para as altas terras de Danqaz fica o túmulo de Ahmed Gragn, "O Canhoto", legendário general muçulmano morto em batalha contra as forças portuguesas em 22 de fevereiro de 1543. Estas haviam sido antes comandadas por Cristóvão da Gama (jovem irmão do vice-rei D. Estêvão, sendo ambos filhos de Vasco da Gama), que também encontrara a morte nestes planaltos, aos vinte e quatro anos de idade, a 28 de agosto de 1542. Durante quase dois anos, Cristóvão da Gama estivera ocupado em românticas campanhas cavaleirescas para a salvação do reino cristão africano, à frente de um corpo lusitano de quatrocentos voluntários. Para além do heroísmo de que falam novas lendas, tudo se desvaneceu no limbo da causa perdida do Preste João, no coração de África. A toponímia etíope para a zona, que nomeia a principal povoação que existe na difícil subida para Danqaz, é Degoma, cuja origem se atribui ao nome do grande herói daquelas paragens, Cristóvão da Gama. Com a conversão de Susenyos ao catolicismo, por obra de Pêro Pais (1611), foi abandonada a residência real de Gorgora Nova e escolheu-se para capital do império o sítio de Danqaz, numa localização de difícil acessibilidade. Seguiu-se uma larga reforma, que incluiu a realização de uma nova e esplendorosa catedral jesuítica.

Arquitetura religiosa

Habitação

Equipamentos e infraestruturas

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