Cacheu

Lat: 12.277044004694000, Long: -16.167218999541000

Cacheu

Guiné-Bissau | Golfo da Guiné | São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau

Enquadramento Histórico e Urbanismo

Cacheu, vila situada na margem esquerda do Rio Cacheu, ou de São Domingos, a cerca de vinte e cinco quilómetros da foz, foi um dos mais importantes portos da Guiné‐Bissau e teve grande importância estratégica na costa ocidental da África. O navegador Cadamosto teria aí estado na sua segunda viagem, em 1456. Foi a primeira feitoria estabelecida pelos mercadores portugueses no século XVI, entre o Rio Casamansa e o Rio Grande, dependendo então de Cabo Verde. No decorrer do século XVII, viria a tornar‐se um dos principais entrepostos de escravos para as Américas, contribuindo assim para a marginalização da Ilha de Santiago, em Cabo Verde, em relação aos circuitos esclavagistas atlânticos. António de Barros Bezerra foi o seu primeiro capitão‐mor. No exercício das suas funções ocupou‐se da defesa, rodeando‐a de uma estacada (final do século XVI). Em 1588 Manuel Lopes Cardoso fortificou a praça com autorização do régulo local, o que não impediu que dois anos depois fosse atacada pela população. Foi elevada a vila em 1605. O atual Forte do Cacheu foi construído em 1641, pelo capitão‐mor Gonçalo Gambôa de Ayalla, para se defender dos navios espanhóis. Em 1647 ainda não estava concluída, tendo nessa data sido enviados a Cacheu pedreiros e outros operários para a sua construção. Para fomentar o comércio da região fundou‐se em 1675 a Companhia de Cacheu, Rios e Comércio da Guiné que poucos anos depois, em 1690, no tempo de D. Pedro II, foi substituída pela Companhia de Cacheu e Cabo Verde. Esta companhia passou depois para Bissau, e a partir de 1755 os seus negócios transitaram para a Companhia de Grão‐Pará e Maranhão, até 1778. Com o desenvolvimento progressivo de Bolama e de Bissau, Cacheu perdeu muita da sua importância. A vila era constituída por dois bairros, chamados Vila Fria e Vila Quente. O primeiro, a Vila Fria, era onde residiam os brancos, incluindo o capitão‐mor; era constituído fundamentalmente por duas ruas, que se desenvolviam ao longo do rio. A primeira rua, mais perto do rio, era a Rua Direita; a segunda, por detrás, era a Rua de Santo António. Num dos seus extremos localizava‐se o forte. O hospício dos eremitas de Santo Agostinho, concluído em 1660, com o nome de Nossa Senhora da Piedade, era outro elemento polarizador da cidade; já não existem vestígios deste convento. O bairro chamado Vila Quente, afastado do rio, era habitado pelos negros, e constituído por cabanas de adobe cobertas de palha, organizadas numa estrutura não geométrica. Em 1850 foi elaborado um plano para a construção de novas ruas travessas e de três largos, o da Casa‐Forte, o da Casa de Pedra e o da Feira. Em meados do século XX, Cacheu era uma pequena cidade com uma estrutura organizada segundo um plano que está guardado no Arquivo Histórico da Guiné. A estrutura urbana da parte central foi complementada pela abertura de uma nova avenida de entrada na cidade, que intersecta as antigas ruas longitudinais e define uma praça retangular em frente ao rio, no seu cruzamento com a antiga Rua Direita. Hoje é um aglomerado degradado, sem pavimentos nem passeios, casas velhas com telhados de zinco a ladearem as ruas lamacentas. A população, que em meados do século XIX era de cerca de 1.800 habitantes, conta atualmente cerca de 5.500.

Arquitetura militar

Arquitetura religiosa

Equipamentos e infraestruturas

Loading…