Sabará

Lat: -19.889177777778000, Long: -43.804813888889000

Sabará

Minas Gerais, Brasil

Enquadramento Histórico e Urbanismo

A colonização da zona do Rio das Velhas (afluente do Rio São Francisco) iniciou‐se pelos idos de 1675, quando a célebre bandeira paulista de Fernão Dias Pais perlustrou os sertões em torno da Serra do Espinhaço, em busca das esmeraldas da mítica Sabarabuçu ("montanha resplandecente") e de outros tesouros com os quais sonhava o rei de Portugal. Ao longo do itinerário seguido pela expedição, foram criados vários acampamentos, chamados "arraiais", e alguns deles se tornaram povoações estáveis. Foi o caso do Sumidouro, e também do arraial de Santo António do Bom Retiro da Roça Grande, fundado por Manoel de Borba Gato - genro de Fernão Dias e um dos primeiros a descobrir ouro naquelas paragens. A partir do final do século XVII, formaram‐se diversos pequenos povoados mineradores junto a um cotovelo do Rio das Velhas, onde desagua o Rio Sabará. Vários deles situavam‐se na margem direita deste curso d’água, e deram origem aos principais bairros da vila. Os principais deles eram o do Morro da Barra (onde existiam os quartéis, e mais tarde a Intendência), o da Igreja Grande (Matriz de Nossa Senhora da Conceição), além do Caquende (onde ficavam os currais) e do Rosário. Na margem esquerda, havia um povoado que ainda hoje é conhecido como Arraial Velho, onde se encontra a Capela de Santana. Não longe dali, ficava a Ermida de Santo António da Mouraria - na qual, segundo os historiadores, foi enterrado o fundador Borba Gato - que desabou em ruínas no início do século XX. Do mesmo lado do Rio Sabará ficava o arraial da Cachoeira (ou do "Fogo Apagou"), além do pequeno arrabalde de Tapanhuacanga, onde foi construída a belíssima Igreja de Nossa Senhora do Ó. Em 1709, quando a coroa portuguesa decidiu tomar medidas para exercer um controle efetivo sobre a zona mineradora, o Conselho Ultramarino preconizou a criação de uma vila nas extremidades de cada um dos três principais caminhos que conduziam às Minas, a fim de evitar o contrabando do ouro. Na região do Rio das Velhas, a escolha deveria ter recaído sobre Santo António da Roça Grande, que era mais estrategicamente situado em relação ao caminho da Bahia. No entanto, após a guerra dos Emboabas, os representantes régios haviam perdido a confiança nos paulistas, que passaram a ser considerados gente violenta e insubmissa. Assim, em 1711 o governador António de Albuquerque acabou decidindo atribuir o título de vila ao arraial de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, pois sua população era essencialmente constituída de reinóis (portugueses), ao passo que o arraial de Santo António da Roça Grande era dominado pelos bandeirantes, tendo por líder Manuel de Borba Gato. Sabará também foi escolhida para ser a cabeça de uma das três comarcas que foram criadas no mesmo período, e pouco tempo depois acolheu também uma Intendência e Casa de Fundição. Com isso, a vila tornou‐se local de residência de importantes autoridades e de muitos funcionários da administração portuguesa. Inicialmente, o termo da vila coincidia com o território da comarca do Rio das Velhas, que era imenso. Mesmo depois da criação das vilas de Vila Nova da Rainha do Caeté (1714) e de Pitangui (1715), a câmara de Sabará continuou a controlar um território considerável, que abrangia a porção norte da margem esquerda do São Francisco - inclusive a região de Paracatu, que só se emancipou em 1798. Além da atividade mineradora e das importantes funções políticas, fiscais e judiciárias que desempenhava, a vila de Sabará tornou‐se um grande pólo comercial, pelo facto de ser cercada por uma zona rural bastante produtiva, e sobretudo pela sua posição favorável em relação aos caminhos que conduziam ao centro da capitania, aos currais do São Francisco e à Bahia. No século XIX, a economia per‐ maneceu estável, graças a vários factores: a exploração industrial do ouro, realizada por companhias estrangeiras, a chegada da ferrovia (ligando Sabará a Ouro Preto e ao Rio de Janeiro), a intensificação da agro-pecuária, o desenvolvimento do setor de serviços (saúde e de educação). Em 1921, a instalação da Companhia Siderúrgica Belgo‐Mineira constituiu um novo marco na história de Sabará, convertendo‐a em importante centro industrial. A partir de então, a cidade sofreu um processo de expansão e "modernização" que modificou a paisagem urbana herdada do período colonial. No entanto, puderam ser preservados quase todos os seus templos setecentistas e parte do casario antigo, o que faz com que o turismo seja uma atividade de importância crescente para o município.

Arquitetura religiosa

Equipamentos e infraestruturas

Habitação

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